quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Jangada de Plástico II


(Continuação)

Os pais não ficavam o dia todo na praia. O médico tinha-os avisado que, por causa da radiação ultravioleta, não deviam 'fazer' praia nas horas mais quentes. Por isso, quando se aproximava a hora do almoço, Arthur e Catarina ajudavam os pais a desmontar o 'acampamento', como chamavam ao velho chapéu-de-sol, e faziam a longa caminhada de volta ao carro. Arthur não percebia porque é que o pai levava tanto lixo. Vira-o a trabalhar as garrafas de plástico, as canas e os cordões retraçados, todos aqueles materiais velhos, mas não compreendia ainda, o que é que o pai pretendia fazer. 

Quando iam quase a sair do areal, viram uma luz pequenina a brilhar nas ondas e a mexer-se devagar, para cá e para lá. - "O que é aquilo ali na água, mano?" - disse a Catarina. - "Não sei, daqui não se vê bem!" - respondeu o Arthur. - Correram os dois para a água, e qual não era o seu espanto, viam uma garrafa de vidro, já em cima da areia, com o que parecia ser um papel escrito lá dentro. A mãe disse-lhes, com um sorriso matreiro: - "Deve ser um pedido de ajuda, um SOS de alguém que naufragou, ou, de algum pirata!"- Arthur já não acreditava em piratas, pelo menos, daqueles que se viam nos filmes e nas histórias infantis. - o pai, aguçou-lhes ainda mais a curiosidade: - "Acho que vocês vão ter de ajudar o náufrago, têm de responder a este pedido de ajuda!"
 
O almoço no pinhal era uma delícia. A mãe preparava sempre a refeição em casa, uma vez no pinhal, era só montar a mesa de campismo, pôr os banquinhos, e num minuto, toda a família estava sentada a comer o delicioso frango com batatas fritas, arroz e a inevitável salada. Depois da refeição, enquanto o pai dormia a sesta, deitado numa manta que traziam sempre dentro do velho Citroën 2 cv, Arthur e a irmã, olharam mais uma vez para a misteriosa construção que o pai montara. Estavam ansiosos para descobrir, o que era aquele objecto tão estranho. 

Finalmente, o pai acordou. O Arthur e a Catarina pularam para cima da manta. - "Pai, para que é aquela coisa que tu fizeste?" - disseram em coro. - O pai, espreguiçou-se, exagerando os movimentos e agradou-se da ideia de lhes espicaçar a curiosidade... 

(continua)



Referências

Fotografia 

Curiosidade



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Único... verso

“Como começou o universo?”, perguntou o Arthur ao primo. O primo sabia que o Arthur gostava de fazer todo o tipo de perguntas, mas não esta...