
Primeiro que tudo, escolher no extenso areal, o sítio mais agradável para fixar o chapéu-de-sol, o pára-vento e os sacos com a trouxa. Depois, estender as toalhas de praia e largar o papagaio que ficava ali, toda a manhã, preso ao cabo do chapéu. Com um só fio, uma vez largado, mantinha-se onde o vento o deixava ir. Finalmente, a tarefa mais agradável, encher o barco insuflável, que levava duas pessoas. Andar naquele barco amarelo e preto, durante o Verão, era um regalo, significava aproveitar o melhor da praia.
A Catarina, com o seu chapéu de palhinha com um laçarote vermelho, trazia sempre consigo o balde de praia, a pá, o ancinho e as formas para fazer pequenos peixinhos, estrelas e cometas na areia. Arthur também gostava de brincar com a irmã. Juntos, faziam pequenos castelos de areia à beira do mar. Deixavam escorrer, por entre as mãos, a areia encharcada que, como uma estalactite, precipitava a fazer pequenos torreões, contrafortes e arcos. Toda uma arquitectura de areia.
Arthur e Catarina fitaram o papagaio. Deitavam-se na toalha a olhar para cima, a ver como ele se mantinha lá no alto, apenas sustentado pelo vento. A hora do banho, o momento mais desejado do dia, quando podiam finalmente agarrar no barco amarelo e preto e saltar para a água, ainda estava longe.
Mas, hoje o pai tinha uma surpresa para os dois. Juntara umas garrafas de água velhas, feitas de plástico transparente, uns cordões retraçados e umas quantas canas, trazidas pelas ondas do mar. Trabalhava agora todas aquelas coisas velhas. Arthur e a irmã observavam, estavam a ficar em pulgas! O pai não lhes explicara o que estava a construir, e eles tão-pouco acertavam...
(continua)
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Dicas
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