
As férias em casa da tia, eram sempre um motivo de grande satisfação. A tia era muito mais liberal do que os pais. Deixava-o fazer as coisas que os pais normalmente não lhe permitiam. Chamava-lhe carinhosamente "o meu pequeno terrorista".
Talvez porque ele gostava de fazer 'experiências', como aquela em que, para perceber o efeito que a pressão do ar exerce nos corpos, tinha colocado uma folha de papel no bordo de um copo cheio de água, para em seguida o virar e ver com satisfação que, o ar fora do copo suportava o papel e a água dentro do copo. É claro que não o conseguiu logo à primeira. E, primeiro que coordenasse os movimentos certos, para fazer a experiência como tinha visto no livro de ciências do pai, já havia entornado alguns copos pelo chão da cozinha. Mas ela continuava a gostar dele. Era o seu sobrinho mais novo.
As férias estavam a ser fantásticas. Chegaram os primos do estrangeiro. Podiam agora passar tempo juntos, conversar, explorar as redondezas, o terreno onde vai ser feito o novo jardim municipal! Só o facto de tomarem as refeições em família, de partilharem as tarefas domésticas, só por isso, já se divertiam.
O problema foi à noite, quando todos se estavam a deitar nas camas improvisadas. Então, Arthur viu que não tinha almofada na cama que a tia lhe tinha designado. -'Certos acessórios são geralmente ligados à cama, por exemplo, o travesseiro, então, porque não lhe tinha a tia dado um também? Pelo menos, um que fosse realmente confortável para o tamanho da sua cabeça?' - pensou. - Mas na casa dos tios, os travesseiros estavam todos distribuídos e, por isso, calhou ao Arthur aquela pequena almofada feita ali mesmo, de peças de roupa dobradas que a tia, há muito tempo guardara no velho roupeiro.
'Bem, só há uma solução.' - pensou para com os seus botões - 'Tenho de pedir um travesseiro emprestado!' - E assim fez.
Referências
Pintura
Curiosidade
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