quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O misterioso Sr. Penaguião


Era um homem simpático. Alto, magro, usava uma gabardine comprida e lenço ao pescoço durante o tempo chuvoso e fato completo na estação quente. Assemelhava-se a um verdadeiro espião, como aqueles que vemos nos filmes. Tinha a dignidade de um nobre da antiguidade. Muito educado, cumprimentava a todos os que, por acaso, com ele se cruzassem no prédio. Conduzia um Citroën 'Boca-de-Sapo'. Chamava-se Penaguião.

Arthur simpatizava com o senhor Penaguião. É verdade que se tratava de um homem um pouco estranho, que raramente saia de casa e, quando saia, desaparecia rapidamente no seu Citroën aerodinâmico, mas, era um homem sorridente. As pessoas sorridentes, as que têm um sorriso franco, genuíno, sempre lhe agradaram.   

Um dia Arthur sujou-se ao tentar arranjar a corrente da bicicleta, sabia que a mãe não iria gostar se ele aparecesse em casa naquele estado. Mas logo o misterioso senhor, que morava no primeiro esquerdo do prédio do Arthur, se ofereceu para o ajudar. Na parte de trás da casa, existia uma escada com uma pequena varanda e uma porta que dava para a cozinha da casa. Arthur entrou. O senhor Penaguião levou-o ao lavatório e indicou-lhe o detergente, depois o sabão e finalmente o sabonete com cheiro a flores silvestres. Estava finalmente limpo.

O homem, solícito, salvara-o de um castigo certo. O vizinho contou-lhe um pouco da sua história e, Arthur ficou a saber quem era o misterioso senhor Penaguião.



Fotografia


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Único... verso

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