terça-feira, 1 de setembro de 2009

O tolo acredita em tudo


Como é que é mãe? Cospiu para o ar e caiu-lhe em cima? - Arthur apenas ouvira parte da conversa entre os pais e os tios. - Todos se riram com a sua espontaneidade. Talvez por natureza, Arthur era a distracção em pessoa, andava sempre na lua. Os pais desculpavam-lhe essa sua característica, mas infelizmente, aproveitavam as ocasiões em que estavam em família para 'brincarem' com ele, e às vezes, para gozarem um pouco. Humilhação. 

Encontrara um pequeno papel mal tratado, esburacado, com um fragmento de um texto, assim: 

«O discernimento habilita-nos a descartar informações irrelevantes ou enganosas. Avalie o que lê ou assiste para ver se é confiável. A opinião popular nem sempre é confiável.» 

Arthur ficou ali a cismar. Aquilo era uma revelação. - Quer dizer que nem tudo o que nos dizem, ou lemos, é verdadeiro. Como é que posso saber a verdade sobre as coisas?

Decidira ali mesmo, passar a coleccionar informações sobre os assuntos que lhe interessavam. Ajuntou algumas caixas de sapatos, identificou-as por temas, e passou a guardar os recortes dos jornais, das revistas e até mesmo de citações, frases e provérbios que ouvira e passara para o papel, para que tivesse essa informação sempre disponível e pudesse comparar o que as pessoas diziam sobre essas coisas.



Fotografia


1 comentário:

Alina Seixas disse...

Pois... o problema agrava-se quando são os meios de comunicação que veiculam "inverdades", ou boatos, em vez de informação abalizada. Coitadas das nossas crianças se acreditam em tudo o que lêem!... Espero que o Arthur não tenha sido dessas...

Único... verso

“Como começou o universo?”, perguntou o Arthur ao primo. O primo sabia que o Arthur gostava de fazer todo o tipo de perguntas, mas não esta...